quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Oi anuncia que pretende comprar a Tim, junto com Claro e Vivo


O mercado de telefonia celular foi agitado, após a notícia de que a Oi pretende juntar-se à Claro e à Vivo para oferecer uma proposta de compra da Tim. O BTG Pactual, que é sócio da Oi, está elaborando a oferta, que atenda a todas as questões financeiras e regulatórias, evitando possíveis impedimentos à negociação, por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A expectativa do mercado financeiro como um todo fica por conta de uma manifestação oficial das outras duas empresas que estariam envolvidas na negociação (Claro e Vivo), uma vez que, sozinha, a Oi não teria como arcar com todos os valores envolvidos. Já a Tim admite que tomou conhecimento do fato, mas não tem detalhes do que poderá ocorrer.

Ainda no que diz respeito à regulação do negócio, a Vivo – que pertence à espanhola Telefónica –, só poderá participar da aquisição se a participação da companhia espanhola na Telecom Italia, controladora da Tim, for reduzida. A estruturação da compra da Tim acontece um mês antes da realização do leilão de telefonia móvel de quarta geração (4G) e para que a Oi não fique fora da consolidação do setor de telecomunicações brasileiro. Os números das principais envolvidas na possível transação são muito elevados, pois o valor de mercado da Tim é de R$ 27,7 bilhões, mais do que o dobro da Oi, que é de R$ 11,6 bi.
REGULAMENTAÇÃO
Um possível fatiamento da Tim chegou a ser cogitado pelo mercado mas, possivelmente, não teria a concordância de órgãos reguladores como o Cade ou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Algumas questões relativas à transação comercial não estão bem claras, como a divisão das regiões de cobertura da Tim, ou como seus usuários seriam distribuídos no caso da aquisição por parte das outras três companhias. De acordo com a Anatel, a Vivo tinha, em junho, 79,4 milhões de acessos de telefonia móvel; em segundo lugar vinha a Tim, com 74,2 mi, seguida de Claro (68,7 mi) e Oi (51 milhões).
Como a Oi possui, atualmente, uma dívida líquida superior a R$ 46 bilhões, os operadores do mercado de telefonia móvel ficaram impressionados com a notícia e estavam querendo saber de onde sairiam os recursos para a efetivação da compra. A Oi poderia comercializar ativos em território africano, avaliados em R$ 4 bi, além de torres (foto) e imóveis para poder viabilizar a negociação. Mas ainda existe o problema do não recebimento de 897 milhões de euros que a Portugal Telecom sofreu de uma empresa do Grupo Espírito Santo, com a qual a Oi está em processo de fusão.

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