Uma reportagem da Revista Época, edição deste final de semana, mostra como grandes grupos encontram facilidade para renegociar empréstimos com o Banco do Nordeste. A reportagem trata exclusivamente do Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, que recebeu, em 2013, empréstimos de R$ 830 milhões do BNB e que, em 24 horas, conseguiu dispensa de fiança.
A empresa garante que o patrimônio apresentado como garantia tinha valor superior ao anterior. O que chama, porém, a atenção, nesse caso, é que, quando se trata de grandes grupos e influência política, os bancos estatais, como o BNB, agem com rapidez e facilitam a vida, eliminando burocracia. Quanto se trata dos pequenos tomadores de dinheiro, o sofrimento, para quem tenta renegociar a dívida, encontra o caminho como um verdadeiro calvário.
O exemplo maior desse sofrimento são os pequenos agricultores do Nordeste e, especialmente, do Ceará. Muitos foram iludidos pela promessa de negociação dos débitos, redução de juros, liberação de propriedades e acabaram enfrentando dissabores e constrangimento nas filas das agências do BNB no Ceará. Parte desses pequenos agricultores está om propriedades sendo leiloadas.
Se, no caso da Cerveja Itaipava, o Banco do Nordeste encurtou caminhos, , em relação aos produtores rurais do Ceará, o BNB fez questão de empurrar com a barriga e dificultar a vida dos agricultores. Basta ver os exemplos de produtores rurais do Vale do Jaguaribe, Vale do Curu, Sertão Central e Região dos Inhamuns. A maioria está com o nome sujo porque o Banco do Nordeste exigiu muito e colocar como trava nessas negociações a burocracia.
Na área urbana, empresas, de pequeno porte, que, mesmo já tendo pago 70% dos valores dos empréstimos e que pedem a liberação de bens dados como garantia, uma vez que o patrimônio oferecido como fiança é bem superior ao montante da dívida, o BNB recorre a regras internas para dizer que a exclusão dessas fianças não é possível, nem legal. No caso do Grupo Petrópolis, foi diferente e as regras internas, aplicadas para os pequenos, valores para os grandes.
Fonte: CEARÁ AGORA
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