O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na manhã desta terça-feira (30) de uma reunião com senadores do PT e do PMDB na residência oficial do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB AL). O encontro teve como objetivo afagar os peemedebistas, que no atual mandato da presidente Dilma Rousseff têm se mostrado rebelde em diversos momentos e aplicando seguidas derrotas ao governo nas duas casas legislativas. Lula disse que a legenda tem “papel preponderante” na coordenação política e é parceiro de primeira ordem.”
Os senadores, no entanto, fizeram muitas reclamações e ataques ao governo Dilma. Eles afirmaram ao ex-presidente que o governo está paralisado e que pacotes não vão adiantar para alavancar a economia se não há dinheiro em caixa.
Após ouvir as reclamações, Lula se comprometeu a buscar o entendimento entre governo e as duas casas para que a “crise política possa ser sanada”. Dilma tem encontrado dificuldades tanto no Senado como na Câmara, com os presidentes Renan Calheiros e Eduardo Cunha desde o início do seu segundo mandato.
A situação se agravou com as denúncias da Operação Lava Jato. Segundo interlocutores, o caso de corrupção na Petrobras não foi tratado na reunião de hoje. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral também negou que a convocação do presidente do instituto Lula Paulo Okamotto para a CPI da Petrobras, tenha sido tratada na reunião.
O ex-presidente disse que Dilma deve reunir os Poderes para “encontrar saídas” para o Brasil. De acordo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula também debateu reforma política e criticou a possibilidade do fim da reeleição, aprovada pela Câmara dos Deputados.
“Conversamos só sobre reforma política. Ele, me parece que veio em missão de paz, e colaborou bastante com as discussões”, disse o peemedebista. “Ele acha que a presidente [Dilma Rousseff] deveria se reunir mais com os Poderes, conversar permanentemente, na busca de saídas para o Brasil. Definitivamente, ele veio em missão de paz, conversou bastante, defendeu pontos de vista em relação à reforma política, uma conversa produtiva”, acrescentou o peemedebista.
Segundo Calheiros, Lula criticou a possibilidade do fim da reeleição por considerar o mandato de quatro anos muito “curto”. “Ele disse que não achava oportuno o fim da reeleição. Ele achou que um mandato de quatro anos é muito curto para não ter reeleição. Se fosse de cinco, tudo bem, mas ele acha difícil a extensão dos mandatos”, relatou o presidente do Renan, anfitrião do encontro, realizado na residência oficial da presidência do Senado.
Participaram da reunião os senadores Edison Lobão (PMDB MA), Romero Jucá (PMDB RR), Eunício Oliveira (PMDB CE), Jorge Viana (PT AC), além do ex-presidente e ex senador José Sarney, do PMDB.
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