Inofensivo, Uruguai cai em Maracanaço de artilheiro colombiano
Tossiro Neto, enviado especial Rio de Janeiro (RJ)
Fernando Dantas/Gazeta Press
Uruguai e Colômbia prometiam um duelo sul-americano de muito equilíbrio no Maracanã...
A escolha de Álvaro Pereira não era em vão. Cuadrado seria o jogador mais perigoso da Colômbia até o intervalo. E, pela marcação agressiva que recebia, foi orientado por Pekerman, depois dos 20 minutos, para jogar mais pelo lado oposto do campo. Antes disso, conseguiu passar pelo marcador mais uma vez com facilidade antes de cruzar à meia altura e ver a defesa rival afastar da área.
Enquanto tinha ajuda dos zagueiros, o goleiro uruguaio Fernando Muslera se saía bem. Mas bateu um arremate de longa distância de Zuniga para que ele soltasse a bola dentro da área e fosse obrigado a fazer a defesa em dois tempos. Um rebote não aproveitado, mas que passou confiança aos colombianos para arriscar em direção à meta adversária, qualquer que fosse a distância.
Foi o que fez James Rodríguez aos 27 minutos. Após receber lançamento próximo da meia-lua, ele ajeitou a bola no peito, de costas para o gol, e bateu de primeira, de perna esquerda. A bola passou pela mão direita de Muslera e tocou o travessão antes de se concluir um dos gols mais bonitos do Mundial. O quinto gol do camisa 10 colombiano em quatro partidas disputadas.
O Uruguai tentou responder três minutos depois, em um cruzamento de Edinson Cavani que foi afastado pelos zagueiros. Até então, a única finalização que havia merecido atenção foi um chute de longa distância de Diego Forlán, longe das traves de David Ospina. Desfalcados de Suárez, os bicampeões mundiais estavam sem apetite e só mostravam raiva para polêmicas. Como a que protagonizou Forlán, aos 37, depois de uma dividida com Mario Yepes dentro da área. Ele revidou o tranco, e os dois acabaram repreendidos.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Na
jogada seguinte à confusão, após cobrança de escanteio, Cavani tentou
desviar de cabeça um chute cruzado de Álvaro González, da entrada da
área, mas Ospina fez a defesa e contou com ajuda ainda de marcação de
impedimento. O goleiro também foi ajudado pelos próprios uruguaios, que o
deixavam prender a bola nos pés para ganhar tempo. Após muita cera,
Cavani o apertou e cobrou Forlán por não tê-lo feito.
...mas James Rodríguez, camisa 10 colombiano, fez a diferença e desequilibrou para sua seleção
A maior posse de bola na primeira etapa (63% contra 37%) seria igualmente premiada no retorno do intervalo. Aos quatro minutos, a Colômbia pôs o Uruguai na roda, com uma bela troca de passes iniciada por James Rodríguez, na meia direita. Ele tocou na esquerda e correu para o meio da área, onde receberia novamente – em cabeceio do talentoso e tão importante quanto Cuadrado – para chutar de primeira e ampliar a vantagem no Maracanã.
Ferido, o técnico Óscar Tábarez tentou encontrar antídotos no banco de reservas e fez logo duas alterações: Christian Stuani entrou no lugar de Forlan, e Gastón Ramírez substituiu Álvaro Pereira. O Uruguai, contudo, não deu mais sinais vitais dentro de campo, morrendo na praiana Rio de Janeiro, onde já fez festa em um passado remoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário